Nesta
paisagem sombria e fétida,
Monturo de
lixo, dejeto do posto
Em
ostentação consumista,
Como vermes
em profusão
Em matéria
pútrida, em decomposição,
Homens e
mulheres, crianças,
Farejam a
própria refeição.
Um pedaço de
plástico aqui,
Alumínio e
vidro ali, papelão,
Vão catando
o reciclável, para devolver
À sociedade
que os têm como exceção.
Desafio à
ciência, simbiontam
Micróbios
teoricamente fatais,
Imunes,
lapidando o cotidiano.
Entre urubus
e ratos, como ratos
Cavam
trincheiras para uma batalha
Que não
começou.
Há neles
corpos vazios
E almas
contaminadas
Pacientemente
aguardando
A safra do
que plantam no lixo.
Só pensam
revoluções
Os que têm
nada a perder.
Desatentos
ao futuro,
Outros jogam
sobre eles
O resto que
será essência
O predicado
que será sujeito,
Transformando
o lixão em jardim.
Dormita
ainda distraída a história,
Mas um dia
acordará.
Francisco
Costa
Rio,
22/08/2013.
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