Faz escuro,
O sol dorme
ainda.
Imagino o
que me espera
Escondido
nas horas lentas
Que se
anunciarão claras
E atentas,
sedentas de minutos.
Virá hoje a
mulher que espero,
Olhar baldio
de quem nada quer
E segredos
escondidos no vestido?
Terei a
atenção despertada
Pelo que me
oprime e incendeia,
Se mascara
no discurso político
E se
escancara no garotinho
Vestido de
fome e inocência?
Plagiarei
acordes de violinos
Passeando no
jardim, encantando
Balés
imaginários de borboletas
E pássaros?
Estenderei a mão
Ao moço que
passa, alheio e só,
Nos seu
passos de desconhecido?
Ou não
acontecerá nada,
Será só mais
uma onda perdida
Nesse oceano
que é a vida?
Em silêncio
aguardo que o sol acorde.
Atento e
concentrado, disponho-me,
Pronto ao
que se fará repentino:
Uma mulher,
um sorriso, um verso.
Mas só daqui
a pouco. Por enquanto
O sol dorme.
Faz escuro
ainda.
Francisco
Costa
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