quinta-feira, 29 de agosto de 2013

NO JULGAMENTO FINAL

E no julgamento final,
Purgando já arrependimentos
E remorsos
Confessarei minhas infrações
Nesse trânsito da vida.

Falarei da cobiça enorme
Permanente e continuada
Nas mulheres dos próximos
E dos afastados, da gula
Imensa e permanente
Que trouxe sempre no olhar,
Sorvendo todo ao alcance
E fixando em telas, papéis...
Concentrado em pigmentos,
Reconstruindo tudo de novo,
Brincando de ser Deus.

Falarei das mentiras muitas
Em ouvidos femininos,
Sementes de futuras safras,
E das minhas dúvidas religiosas.

Mas sobre o pecado maior,
Que pecado continua sendo
Porque sem arrependimento,
Calarei em secreto esconder.

Se deu comigo na tevê, vendo
Duas torres lindas ardendo.
Depois lastimei e fiquei triste:
Foram só dois aviões
E não os primeiros
De muitos mísseis.

Francisco Costa

Rio, 28/08/2013.

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