Sou feito de
silêncios.
Grita em mim
a ausência de sons,
O vazio
sonoro em que me debato
Ânsia de voz
em exercício,
Manchando as
dobras dos dias
Com minha
voz rouca,
Alternada em
carícias e impropérios.
Sempre que
calo, mostro-me,
Porque
falando me escondo.
Sou assim,
verborragia contida,
Frases não
ditas, discursos calados.
Porque falar
qualquer coisa
Se meus
olhos dizem te amo?
Digo tudo no
silêncio de um beijo,
Na ausência
de sons de um olhar,
Num gesto
distraído e simples.
Palavras
atrapalham.
Francisco
Costa
Rio,
26/08/2013
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