segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Sou feito de silêncios.

Grita em mim a ausência de sons,
O vazio sonoro em que me debato
Ânsia de voz em exercício,
Manchando as dobras dos dias
Com minha voz rouca,
Alternada em carícias e impropérios.

Sempre que calo, mostro-me,
Porque falando me escondo.

Sou assim, verborragia contida,
Frases não ditas, discursos calados.

Porque falar qualquer coisa
Se meus olhos dizem te amo?

Digo tudo no silêncio de um beijo,
Na ausência de sons de um olhar,
Num gesto distraído e simples.

Palavras atrapalham.

Francisco Costa

Rio, 26/08/2013 

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