sexta-feira, 30 de agosto de 2013

UM BEIJO

Por instantes esqueço tudo,
As bombas nas mãos de Obama,
A ansiedade de golpe do burguesinho
A paranóica ameaça comunista
As chamas que tostam o Portugal
Dos meus amigos, as borboletas
Que insistem no jardim, ignorantes
De que os homens complicam e pioram.

Que se desliguem tomadas e fios
E se interrompa o trânsito e os trâmites
Interditem-se os ponteiros dos relógios
Imponham paralisia ao movimento do sol.

Súbita e surpreendente
Chegou a mulher amada.

Parem tudo
Porque me quero num beijo
Quieto, calmo, delicado, mudo.

Francisco Costa
Rio, 29/08/2013.


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