(a todos os
bombeiros portugueses, em guerra)
O inimigo é
impessoal,
Não tem face
nem tem corpo,
Desliza,
devorando voraz
O que
encontra pela frente.
Luminoso e
passageiro,
Queima pelo
contato,
Assa pela
presença, covarde,
Imune a
qualquer munição
Que não a
coragem humana.
Mutante, ora
é um, ora, vários,
Em filhotes
que crescem rápidos,
Espalhando
focos. Cego à sanha
De devorar,
não se limita a pouco,
Amamentando
as próprias entranhas
Com fauna,
flora, patrimônio humano,
Os próprios
humanos e tudo o mais
Que for
encontrando pela frente.
Mas não há
desgraça eterna, permanente.
Logo estará
contido, ainda que saciado,
Prisioneiro
das caldeiras e lareiras,
Novamente
escravo do homem
Contabilizando
heróis tombados
No exercício
da sua contenção.
Olhos
maternos choram,
Mas corações
maternos sorriem.
Pariram
heróis, destemores
Como
exemplos a todos nós.
Francisco
Costa
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