Alvora-se
meu coração
Em intenção
das mais puras,
Habitar cada
coração.
Que eu me
veja e me tenha
No corpo da
moça distraída,
Entre a
espera e bilhetes de amor,
Certa de
portas que se romperão
Para a
passagem de príncipes.
No menino
enamorado, em ânsia
Do que já
não se pode só, e só,
Habita na
dimensão da poesia,
Contando
pétalas e pássaros.
Nos soldados
em descanso,
Aguardando
novos combates,
Para que eu
lhes cante canções de paz,
Obrigue a
depor as armas e o ódio,
Por
naturalmente desnatural.
Em corpo
ancião, carcomido e tosco,
Esculpido
pelo formão do tempo
Pelas goivas
do cansaço, da marreta
Que impôs
perdas de lascas, pedaços
Que se
fizeram suor e lágrimas
Hidratando
as novas gerações.
E no corpo
corrupto que amealha,
Subtrai,
corrompe, expropria
Para que
nele eu plante arrependimento
E remorso, e
o reinaugure coisa nova
Em partilha
com o sol e as estrelas.
Assim,
cardiocoletivo não mais serei só,
Mas fio a
mais num tecido chamado
Humanidade.
Francisco
Costa
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