Ousei
redigir a palavra puta
E a delação
do puritanismo
Se abateu em
fúria canina,
Interditando-me
ao mundo,
Encarcerando-me
em silêncio.
Poderiam ter
visto na palavra
A que se
permite contrariada
E desprovida
de amor e desejo,
Não geme,
apenas suporta.
Ou
descoberto a mãe de família
Despida de
roupas e do pudor
Amealhando
moedas e medos
Para dispor
na mesa dos filhos.
Talvez
assistirem ao desfile
Das que,
entre cintas ligas
E canivetes,
tangivergam-se
Na corda
bamba da sobrevida.
Quem sabe
perceberem
As que se
percebem em risco,
Pouco
humanas, orbitando
Desprezo e
acusações?
Talvez
meninas que choram
Príncipes
repentinos e esperados,
Para
alçá-las da vida e edificarem
Realidades
feitas de sonhos?
Mas não,
insensíveis e frios,
Em
complemento às acusações
Preconceituosamente
feitas
Às que
ornamentam a noite
E amamentam
o dia,
Jogaram-me
no rol da exclusão.
Agora, mais
que solidário, junto
Às de corpos
prostituídos,
Lamento
pelos de mentes
Prostituídas.
A delação
E a censura,
o medo da palavra
São o preço
de seus michês.
Francisco
Costa.
Rio,
25/08/2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário