Já acordo
pronto ao poema,
Talvez em
contraponto à sabiá
Que me
assobia na janela.
Que reserva
pra mim o dia hoje?
Indignação e raiva no sangue
Que jorrará
no oriente, mesclado
Em petróleo
e dólares?
Dada a idade
e as dores,
Será meu dia
último,
Entre
sorrisos e versos,
O ponto
final em um poema
Pouco rimado
porque quebrado,
Inconstante
e passional?
Virá hoje a
mulher esperada,
A que
procurei em cada corpo
E em nenhum
corpo estava?
Haverá
conjugação de corpos outros,
Estelares,
siderais, distantes e belos,
Em atestado
à minha própria pequenez,
E os meus
netos correrão na grama,
Semeando
gritos e gargalhadas,
Inocentes
dos amiguinhos sírios?
Levanto-me,
espreguiço-me lento,
Pondo os
músculos em alerta máximo,
Vou ao
espelho, para o ritual diário
Da higiene
matinal e... Mais uma ruga,
Presente do
mundo, atestado de vida.
Bom dia,
sol; bom dia, fauna;
Bom dia,
flora; bom dia, amigos.
A primavera
mandou avisar
Que vem
mesmo.
Francisco
Costa
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