Sim, eu
posso voar,
Alçar asas
sobre o que me devora
E limita,
peso morto no chão,
Adivinhando
o que vai nas nuvens.
Sim, posso
sair de mim e voar,
Ver do alto
as verdejantes campinas
Onde correm
crianças e corças,
Em corcéis
de gritos e sorrisos;
E cascatas
luminescentes, etéreas,
Onde bailam
corpos nus, em danças
Coreografadas
no prazer do sexo;
E marchas de
operários realizados
No que
realizam, edificando o mundo
Com as
próprias mãos, bem alimentados,
Em sonhadas
moradias, em conforto
De alma,
corpo, coração.
Mas voando o
que sempre vejo
São
temporais, vergastas de fúria,
Inundações
de infortúnios, morte
Afogando as
campinas, tornando turvas
As cascatas,
encarcerando operários.
Sim, eu
posso voar,
Mas me
prefiro de pés no chão.
Francisco
Costa
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