sexta-feira, 23 de agosto de 2013

SAUDOSA CURIOSIDADE

Por onde andará Viviane,
Suculência morena em minha cama,
Ditando roteiros de realizações?

Que novos braços partilha, miúda,
Em dadivosos gemidos em surdina,
Alternando língua e dentes nos lábios,
Em contração de agonia e fúria?

Posso imaginá-la, avental branco,
Atenta ao micróbio na lente,
Bióloga em exercício, vasculhando
Vida, dissecando a curiosidade.

Ou em casa, em shorts poucos
Para coxas muitas, em exagero
Do que inunda olhos e paisagem,
Afoita, entre o livro e o fogão.

Talvez amamente o filho caçula
Que não lhe dei, fugindo em medo,
Ou leve à escola o outro, em sorriso
De fêmea contida porque na rua.

Quem sabe não dorme, agora,
Abandonada em sonhos desfeitos
Onde um poeta acena e chama?

Por onde andará Viviane?

Francisco Costa

Rio, 23/08/2013.

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