Causa-te
ojeriza qualquer possibilidade
Em que não
és referência,
De
preferência, beneficiário.
Para ti tudo
é aferido em dinheiro,
Tem a
dimensão exata do preço,
E a política
se resume a salários.
Nada lês, de
pouco sabes, e destila
Uma pretensa
sapiência de onisciente,
Apontando
caminhos, escolhendo o ideal.
Teus olhos
não coletivizam, antes
Apartam em
lotes: posses, cor de pele,
Nível de
escolaridade, nacionalidade
Faixa
etária, condição social, sexualidade...
De maneira a
depreciar tudo o que não és.
Rês
apascentada, ao invés de desgarrar
E
ultrapassar a porteira, criticas
Os que se
recusam ao pasto permitido
E às cercas
de contenção,
Exigindo que
se fortaleça as cercas
E ponham
cadeados no portão.
O novo te
assusta e incomoda,
O diferente
te faz perdido
Porque tens
referências fixas,
Doutrinárias,
incutidas automaticamente
E automaticamente
incorporadas.
Teu senso
crítico é operação contábil
E tuas
exigências únicas são monetárias.
Não tens
oponentes e adversários,
Só inimigos,
porque o supremo sacrilégio
É discordar
das tuas verdades.
Irritas-me,
com este ar douto
De tudo ao
alcance,
Em
permanentes pedidos, senhor do mundo:
A Deus, a
sorte, às forças armadas...
Em reforço à
tua própria fraqueza,
Que só se
faz forte quando amparada.
Vindo o que
esperas, tu me matarás.
Vindo o que
espero, eu te educarei.
Francisco
Costa
Rio,
29/08/2012.
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