E então
cometeremos pequenos pecados:
Eu a
despirei paulatina e lentamente,
Com as
pontas dos dedos e os dentes,
Zíper,
botões, colchetes, alças...
Até que
absolutamente só carne e desejo,
Transite
entre os móveis da sala, distraída,
Agasalhada
no meu olhar doce, encantado.
E então me
aproximarei calado, em afã
De tecelão
trançando fios, delicadamente,
Com os
lábios a cata do nutriente mais quente,
Percorrendo
curvas e reentrâncias, saliências,
Todo o
relevo que irreleva o resto.
E então,
tomando-a pelas mãos, já suando
A convidarei
para balés imaginários na cama,
Nossos
corpos em pas de deux, girando
Até a
vertigem final, explosão de sons e cores
Em silêncio
e penumbra, só em nós.
E então
dormiremos, e juntos sonharemos,
Os dois, o
mesmo sonho, e seremos um.
Mas só
depois.
Francisco
Costa
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