Preciso hoje
cometer o poema mais belo
De tantos quantos
já cometi.
Que anule
Ulisses e destrone Camões,
Jogue no
trivial e no vulgar
Drummond,
Rimbaud, Neruda e Pessoa.
Que sendo
poema, seja explosão de luz,
Cores
espargidas sobre todos, indistintamente.
Vou
dedicá-lo aos que não se bastam
Em seus
limites e continuam no que fizeram.
Em versos
fixarei os que por destino
Contemplam-se
na obra, continuidade de si,
E clamarei
por bênção e proteção.
Falarei de
cada pai, esteja ele na China
Ou aqui, na
casa ao lado; contabilizando moedas
Ou afagando
o filho sob a marquise; fardado
Ou em trajes
de banho, namorando o mar;
Atleta ou
hospitalizado; em risos ou lágrimas.
E nenhum pai
ficará impune, condenados todos
A beijos,
abraços, flores... Magia e encanto.
Mas, poeta
menor, desisto imediatamente,
Recolhido ao
anonimato de aprendiz
Abraçado a
cada pai do planeta,
Declamando
versos de Poeta Maior:
“Pai Nosso
que estais no céu
Santificado
seja o Vosso nome
...”.
Francisco
Costa
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