quinta-feira, 8 de agosto de 2013

SENSUALÍSSIMA

Sensualíssima, resgatas impertinências,
Desempenhos de superação, esforço
No que se quer sem fim, em permanência,
Como se o mundo se reduzisse a teu corpo.

Como dar conta, se tens todas as estações
Sobrepostas, ora de flores em primaveras,
Ora de tórridos calores interiores, para logo
Nevar sobre os meus sentidos cansados?

Como me manter presente e constante
Se em ti alternam-se os dias das semanas,
Culminando em sábados de festas e porres,
Em domingos de tristezas nas tardes?

Como, diga-me, se ora sol, ora lua,
Alternas luz e cores com mistérios noturnos?

Como habitar em ti se flanas, etérea,
Entre a inspiração e o poema,
Sem que eu possa alcançá-la?

Como me fazer teu macho se teu sexo
É segredo interdito aos mortais?

Como, diga-me, como persistir?

Francisco Costa

Rio, 05/07/2013.

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