Sim, sou
capaz de sorrir em versos,
mas só em
versos.
E capaz de
chistes, motes engraçados,
Piadas... Mas
só nos poemas.
Quem me lê
não imagina a angústia,
a impotência
para mudar destinos,
travar o que
se faz pedrisco no pé,
entre a sola
e o sapato, incomodando,
ou mais que
incomodando, impedindo
a
continuidade do caminhar.
Fosse tudo
comigo e a resignação
cuidaria do
caso, ou o voluntarismo
posto em
forma de resistência
cuidaria do
caso. Mas não é comigo.
Morro um
pouco perto dos que morrem,
e não posso
fazer nada, impotente e fraco,
preso nos
meus limites de só um homem
teclando
angústia, digitando a frustração.
Purgo dores
que não são minhas, ganhei.
Lacrimejo
quase desespero, enfartando,
morrendo-me
um pouco a cada dia,
entre o
câncer e o cárcere.
Os que lá se
vão, sós e injustiçados,
são pedaços
de mim morrendo comigo.
Francisco
Costa.
"... Sim, sou capaz de sorrir em versos,
ResponderExcluirmas só em versos., Purgo dores que não são minhas, ganhei.
Lacrimejo quase desespero, enfartando,..." Sim...sou, Francisco, tbém! Beijos