Em crise de
criatividade,
quero ir ao
poema e não consigo.
Agora não
tenho preocupações imediatas,
exigências
prementes, qualquer coisa
capaz de me
levar para fora do poema.
E nada. Busco
motivos e justificações,
talvez
efeito colateral dos remédios
ou do susto
dormitando no leito do hospital,
fazendo-me
apreensivo e tenso, imune
às
solicitações de mais versos e sorrisos.
Em vezes
anteriores, em plena entressafra,
acomodei-me,
certo de que temporária
a ausência
da necessidade de criar, fossem
poemas,
quadros ou simplesmente animais.
Mas agora
não. Agora é diferente.
Apartado das
palavras, alheio às letras,
entre a tela
e o teclado só o vazio
de
sentimentos sem tradução,
idéias
negando-se texto,
ansiedade
querendo-se inspiração.
Francisco
Costa
Rio,
27/03/2013.
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