quinta-feira, 27 de junho de 2013

OS VELHINHOS DOS VERSOS

Coitados dos velhinhos, tosse e mal humor,
Chateados com os meninos nas ruas.

Não, não falo dos de corpos cansados,
Vergados pelo peso da experiência.
Boa parte desses estavam na passeata.

Falos dos velhinhos, não importa a idade,
De espíritos velhos
Roídos pelos cupins do tempo.

Pedem silêncio na platéia,
Ainda que diante de espetáculo ruim,
Por medo de interrupção da democracia.

Como dizer a uma mulher
Não reaja ao estupro
Porque depois poderá vir abstenção sexual?

Como falar ao pássaro permanece no chão
Porque no céu há águias e gaviões?

Ah! Os acomodados, que choram em poemas
E se recusam a chorar com os olhos,
Que exigem em  versos e calam de silêncio
Omissos e tristes, em medo estampado.

Ah! Os que por fidelidade partidária
Ultrajam a moral e mancham a ética
Mantendo ladrões, corruptos
Só porque de mesma sigla partidária.

Há um sol nascendo.
Se se ostentará meio dia
Ou será devorado por nuvens pesadas,
Só o tempo dirá, o que não me desobriga
De dizer há sol, daqui a pouco poderá ser
Meio dia.

Francisco Costa

Rio, 30/06/2013.

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