Imagino-me
de fora, aqui deitado,
Livre do
corpo magro, agora inerte,
Respiração
lenta, braços cruzados.
Zero a minha
capacidade dopada,
Incapaz de
qualquer gesto que não
O de
conter-se em si, desprotegido
Como um
molusco sem concha,
A mercê da intempérie,
do predador.
É tudo
confuso, irreal, sem nexo,
Mero
crepitar de sensações vazias,
Alheias,
quase nenhumas, toscas.
Não há
vontade de viver,
Nem de
morrer.
Dissociado
do que é lógico,
Só a
contemplação passiva,
A ausência
de intentos,
A inconsciência
absoluta
De só o
presente, de passado apagado
E futuro
inexistente, mera possibilidade
De qualquer
coisa repentina
E não
prevista, puro acaso
Deitado na
cama, pensando.
Francisco
Costa
Rio,
31/05/2013
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