De coração
mole, enamorado do mundo
Compartilho
tudo, em cobrança do quinhão
Que me cabe,
ser do mundo, em partilha.
Amo os dias
claros que se debruçam em luz,
E em luz faz
a sagração da vida escorrendo
Dos seus
olhos de menina atenta a tudo.
Amo as
noites, ninhos de estrelas e lua
Orbitando o
meu imaginário de sonhador
Com os
braços esticados para recebê-las.
Amo a fauna
porque sonora e de movimentos,
Em atestado
de que estou vivo, em processo
De
cumplicidade com o que se doa me fascina.
Amo a flora
multicolorido tapete de formas
Onde se
estende os meus olhos e o mundo,
Esse
conspirar de belezas e oportunidades.
Amo a água
em sua mutabilidade permanente,
Entre as
cascatas e as nuvens, em geleiras,
Porque o
mesmo nunca se repete, mutante.
Amo os
minerais, sopa sólida de nutrientes
A sustentar
o que se pode aos olhos e à alma,
Essa parte
apartada e que se insiste presente.
Amo, amo
tudo o que me anima e sustenta,
Porque tudo
anexo de mim, ser do mundo
Em
celebração a ti, cálice em oferenda,
Taça que em
si contém parte do mundo
A mostra, em
trânsito permanente, constante,
Entre o meu
amor e a minha necessidade,
Entre beijos
e promessas, esperas.
Como no
poema de Neruda, és abelha amarela,
Obrigatória
em cada manhã, para que atento
Eu permaneça
em louvação à vida,
Milagre que
encontrou existência em ti.
Francisco
Costa.
Rio,
12/06/2013.
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