Há silêncio.
Em vão busco
um ruído
Que me
mostre vivo.
Atento busco
Um pio
noturno
Um anfíbio
coaxar
Folhas no
vento
Qualquer
coisa que caia
Ou se agite,
produza som
E só o
silêncio.
Por que se
calaram os cães
E pousaram
ou caíram
Os aviões? Nenhum
carro,
Todos os
rádios desligados,
Sequer um
inseto a zumbir,
Nada que me
mostre vivo.
Mas há uma
possibilidade:
E se
ensurdeci, fiquei moco,
Alienado das
possibilidades
De ver em
sons o mundo?
Regurgito
sons de memória,
Reverbero
lembranças,
Faço ecos de
saudades.
Os sons são
agora utopia
Até a manhã
acordar
E eu fazer
do susto, poesia.
Francisco
Costa
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