A vida me
prometeu muito
E grávido de
muito
Descobri a
poesia.
Poemas não
curam dor de dentes,
Não pagam
dívidas
Não revelam
a divindade no altar.
Cedo
descobri os poemas
E eles me
disseram muito
Acerca desse
instante frágil
Nos limites
do não existir
Nascimento e
morte.
Poemas não
curam dor de dentes,
Não pagam
dívidas
Não revelam
a divindade no altar.
Viver é
verter sangue, sangrar.
Os homens
sangram nos mercados
E sangrando
temem a morte.
Contar
moedas é sangrar.
Cumprir
compromissos inadiáveis
E se
submeter ao protocolo das horas,
De alma coxa
e sentimentos aleijados
É sangrar.
Viver é
verter sangue, sangrar.
Já os poemas
fundem sangue e sonhos.
Francisco
Costa
Rio,
05/04/2013.
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