quinta-feira, 27 de junho de 2013

ANTI-ORAÇÃO

Perdão, Senhor, pela intimidade
E até pelo autoritarismo político,
Mas Teu santo nome continua,
Ainda que com bons propósitos,
Sendo clamado em vão.

Nunca Te vi em luta ou intervenção,
Derrotando bárbaros
Ou traindo cristãos.
Na Palestina ainda não te posicionastes,
Se aliado de Alá ou judeu.

No Vietnã, se nos bombardeiros e jatos
Não estavas, como não no chão,
Nos alvos das bombas.

Ninguém Te viu em passeata e motim
Na Bastilha, na Revolução dos Cravos.
Se aliado do eixo ou não,
Não se pronunciou,
Permanecendo também calado na Coréia.

O único império que ruiu
Por sua interferência foi o Romano,
Mas sem que Tu fosses às armas,
Servindo-Te apenas de Tuas palavras.

Assim é que, mais que pedir, imploro:
Dá lucidez aos que esperam de Ti
Intervenções diretas.

Diga-lhes que “a César o que ´de César”
E que a maldição que nos aflige e mata
Não é divina, mas cesariana,
Plantada por cada um de nós,
Cabendo-nos a resolução.

Grita em cada ouvido alienado:
“o meu Reino não é desse mundo”

Talvez assim o Teu rebanho acorde
E pare de esperar de Ti,
Abrindo mão do livre arbítrio
Que misericordiosamente

A nós foi legado.

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