(Aos que
chiam dos meus poemas políticos)
Pedem-me
mais lirismo,
Versinhos
politicamente corretos,
Bem
comportados, palatáveis.
Está bem.
Postarei fotos de gatinhos,
Agradecimentos
por graça alcançada,
Versículos,
florzinhas, dizeres ridículos,
Coraçõezinhos
multicoloridos, mensagens
De otimismo
e fé, cantando musas,
Falando das
minhas dores de cotovelos,
Frustrações,
brochadas, gols perdidos.
Colocarei a
máscara de sorridente,
E pertinente
e entrosado,
Devidamente
pronto para o sistema,
Não
reclamarei de mais nada,
Imune e
alheio aos pingentes da vida,
Entregando o
caso a Deus.
Ah! Sim. E
escreverei poemas curtos,
De poucos
versos, para não cansar o leitor.
Poesia deve
ser hora de recreio, alegria
E não
filosofia, matéria de reflexão.
Vou
modificar a minha página,
Lotar de
flores e borboletas.
Afinal,
pensar é para uns poucos,
E eu sou só
um poeta.
Aos que
pensam cabe denunciar a bosta.
Aos poetas,
que a camuflem e perfumem.
Ou que
finjam que não existe.
Mas como, se
tenho nariz?
Francisco
Costa
Rio, 26/06/2013.
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