Certamente
passas por ocasiões de sonhos,
Quando,
doce, imaginas um mundo melhor,
De partilhas
e comunhões, entregas, doações,
Onde cada um
tenha o que precisa, necessita,
E dê o que
disponha, sem que fique com menos.
Em ocasiões
outras, salgado, amargo, ácido,
Imaginas
turbas em avalanche, demolindo,
Não
permitindo pedra sobre pedra, agredindo
O que impede
os risos francos, a saciedade,
Tudo o que
alimenta a felicidade, essa musa
Arredia e
que só se insinua, te convoca a tê-la.
E paras por
aí, na omissão do só sonhos.
As passeatas
e manifestações, assistes na tevê,
Dos
discursos tens conhecimento indireto,
A bandeira
que desfraldarias ainda não é tua,
A tua
parcela na conta ainda não tem algarismos
E isso
atrapalha e desfalca o total, o resultado.
Talvez
esperas que deuses e potestades caiam
De
paraquedas sobre os nossos tormentos
E os delete,
invalidem, bloqueiem, tornem nulos,
Como se os
problemas plantados pelos homens
Não pudessem
ser colhidos só por homens.
Na tua vida
cabe a novela e o futebol, a igreja.
Cabe
orgasmos e beijos, como também cabe
As festas,
as danças e até as fofocas e intrigas.
Mas
permanece um espaço vazio, oco, de nada.
Tuas
relações familiares são bonitas, de carícias,
Partilhas,
entregas, reciprocidades de gestos...
Mas és
humano, parte de uma família muito maior.
O maior
equívoco de todos nós é o pensamento
De que cada
família termina no muro.
Muros
delimitam territórios,
Apartam
animais domésticos,
Preservam
intimidades.
Homens são
maiores que muros. Aprenda a saltá-los.
É nas ruas
que estão os outros membros da família,
Em protestos
e exigências, passeatas e discursos,
Exigindo a
presença da musa única, de todos nós,
A felicidade
subtraída.
Francisco
Costa
Rio,
15/06/2013.
Passando por aqui ,me encantei amigo !!! Voltarei sempre para me deliciar nesse paraiso . Parabéns!!!
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