sexta-feira, 28 de junho de 2013

VOAR NA POESIA

Voar. Como seres afeitos ao espaço,
Ao que se delineia liberdade plena
Porque sem obstáculos, voar, voar.

Voar curto e com muitas escalas,
como os galináceos. Voar sempre
mas em baixa altura, como insetos.

Voar longe e alto e permanente,
Como o condor. Voar a esmo e só,
Como a folha morta, solta da árvore.

Voar com missão determinada e clara,
Como o pólen  aderido ao inseto, à ave
Semeando vida e fazendo a paisagem.

Mas voos sempre limitados, de chegadas.

Voar , por fim, além do infinito, longe,
E no pra sempre, alto, sem possibilidade
De retorno e descanso, reabastecimento.

Este sim, o verdadeiro voo, a liberdade
Plena e total de diferente voar,
Voar na poesia.

Francisco Costa

Rio, 15/02/2013.

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