Arquiteto em
mão inversa
Edifico o
improvável
O que se
mascara possível
Só no plano
das ideias.
Controverso
porque demodé,
Prego
liturgias malfadas,
Nascidas
para o fracasso,
Imposturas
congênitas.
Acredito,
por exemplo,
Que todo
homem deve comer,
Ainda que a
custo da parcimônia
Dos glutões
e dos avarentos.
Acredito,
também por exemplo,
No amor,
essa moeda de troca
No câmbio do
transitório,
Em confusão
com a plenitude
De um outro
tipo de amor,
Sagração do
dar sem troco.
Acredito em
muita coisa mais,
Tudo lixo da
modernidade
Sucata
contemporânea
Supérfluo
porque ultrapassado.
Por isso
esse meu ofício e sina:
Edificar
ideias que já nascem
Escombros,
ruínas, vestígios
Do que
jamais será. Mas insisto!
Francisco
Costa
Rio,
13/05/2013
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