Sim, eu vos
falo do homem,
Daquela
espécie que se presume dominante
E em nome
disso avassala, corrói, destrói
Ninhos e
nichos, com a impiedade daninha
Do carrasco
investido do poder de morte.
Vos falo dos
que começaram atirando pedras
E evoluíram
para as flechas, das flechas às balas
E agora
dormitam nas sombras de cogumelos
De fogo e
assombro, vítimas de si mesmos.
Sim, dos que
manobram máquinas e apetrechos
De imolar
campos e estuprar florestas,
Dos que
guardam a sensibilidade em cofres
E viram as
almas migradas para os mercados.
Falo dos que
trocaram cavernas de pedra
Por cavernas
de concreto, iluminadas,
De atmosfera
devidamente condicionada,
Decorada em
vidro e material plástico.
Sim, eu vos
falo do homem,
O único
animal desgraçado o bastante
Para criar
religiões e ritos, cultos,
Para
manifestar o que seria natural.
,
O que no
resto da fauna é partilha e comunhão
Para o homem
é motivo de guerras, agressão.
Nem para
adorar divindades o homem serve.
Francisco
Costa
Rio,
03/08/2013.
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