sábado, 3 de agosto de 2013

DOS INSENSATOS

Sim, eu vos falo do homem,
Daquela espécie que se presume dominante
E em nome disso avassala, corrói, destrói
Ninhos e nichos, com a impiedade daninha
Do carrasco investido do poder de morte.

Vos falo dos que começaram atirando pedras
E evoluíram para as flechas, das flechas às balas
E agora dormitam nas sombras de cogumelos
De fogo e assombro, vítimas de si mesmos.

Sim, dos que manobram máquinas e apetrechos
De imolar campos e estuprar florestas,
Dos que guardam a sensibilidade em cofres
E viram as almas migradas para os mercados.

Falo dos que trocaram cavernas de pedra
Por cavernas de concreto, iluminadas,
De atmosfera devidamente condicionada,
Decorada em vidro e material plástico.

Sim, eu vos falo do homem,
O único animal desgraçado o bastante
Para criar religiões e ritos, cultos,
Para manifestar o que seria natural.
,
O que no resto da fauna é partilha e comunhão
Para o homem é motivo de guerras, agressão.

Nem para adorar divindades o homem serve.

Francisco Costa

Rio, 03/08/2013.

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