Esses amores
obscuros
Feitos de tensão e medo
E que habitam o imponderável
Como plumas perdidas no
vento.
Esses amores que não conhecem
a paz
Mas tréguas entre combates,
Sempre armados e alertas,
revidando
Ainda que o gesto não seja
hostil.
Esses amores retrancados e
defensivos
Rebatendo até o que não
entende,
Se defendendo até do que não
existe
Como numa barricada de
soldados loucos.
Esses amores miúdos porque
terminais
Como entardeceres de
temporais
Anunciando longas noites de
lágrimas
A serem evaporadas em manhãs
de sol.
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