“Elle dirá, lisant ces vers tout remplis d’
elle:
Quelle est donc cette femme? Et
ne comprendra pas”.
(Felix Arvers)
Se podes calma estar entre homens que te desejam,
A cabeça
perdendo, e cada vez mais te acossando;
Se podes te crer honesta quando os outros apedrejam,
E,
resoluta, não permitir que prossigam apedrejando;
Se sonhas e és por sonhos dominada;
Se pensas,
e vês, só nisso, o alvo da mente;
Se a paixão e o desejo te deixaram abalada
E te entregaste
a estes dois verdugos igualmente;
Se não guardaste o corpo e o podes ver devastado
Em ardil de
impostor; se ausente, em pedaços
A virgindade que carregavas com tanto cuidado
E, ainda
assim, honrada, proteges teu regaço;
Se te sentes sem ajuda, nenhuma ajuda,
Abandonada,
e te dispões, por um momento
A recomeçar de novo, e ficar muda
Sem uma
queixa, uma palavra de lamento;
Se, apesar de tudo, a virtude é contigo
E pouco te
dás ao pedaço que te falta;
Se não vês na realidade um cruel castigo;
Se o medo
do futuro não te assalta;
Se, de cada minuto, enches cada segundo e
Com passos
para a frente a coragem abriga;
Então direi que dominas o mundo
E direi
muito mais: que és mulher, minha amiga!
Nenhum comentário:
Postar um comentário