segunda-feira, 20 de maio de 2013

DAS TARDES E DAS FLORES


Perdão. Não cabes mais nos poemas
E a luz que trazias está apagada
Entre canções e versos
Em algum cantinho perdido
No mais íntimo da minha memória.

De ti agora só lembro de um vulto
Que fulgurava nas tardes de maios e
Setembros, de anos todos, sempre,
E que se foi, como a maré e o vento.

Não lastimo porque é assim mesmo.
Por mais perfeita e bela na simetria
Da perfeição inundando as tardes
Toda flor murcha e queda, anula-se
Vagando o galho para nova floração
A estampar-se em novas tardes.

Perdão, mas o porre de luz acabou
E a ressaca, indiferença e sombras
Me exige novas musas distraídas
Para novos poemas e novas tardes.

Agora sairemos à cata de plágios
Dos momentos que vivemos e,
Breve, renascidos do espanto
E do incômodo, desfilaremos
Acompanhados de novos companheiros.

Não demora e chegará alguém
Que te levará ao shopping e,
Atencioso e solícito, comprará
Calcinhas, bombons e sorrisos.

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