Do alto desta paixão proíbo
Toda a reprodução de imagens,
Quaisquer formas de miragens,
As especulações da imaginação.
Então que se quebre cada espelho
E se agitem as superfícies das águas
E se turvem todos os metais polidos
E embacem vidros e cristais
E destruam as máquinas e aparatos
De aprisionar instantes e verdades:
Câmeras, filmes, discos, vídeos...
E quedem mancas as mãos
Dos pintores retratistas
E mais, de todos os artistas
Capazes de revelar o tempo
E relevar o pensamento.
Não quero me ver mais
Nem as coisas que me datam
E demarcam antigo
Em nova paixão.
Escondam-me as rugas
Porque não tenho rosto,
Sou, agora, só coração.
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