Sempre
quis saber
O
que é ser só
Ou
só ser.
Então
tranquei-me com tintas
E
saí colorindo tudo,
dando
a tudo a minha cara
em
cada detalhe dos dias.
Mas
eu não estava só,
continuava-me
nos pincéis,
nas
espátulas, nas superfícies
indagando-me
os propósitos.
E
decidi escrever,
Deixar-me
escorrer distraído
Em
forma de versos, de textos
Que
logo tornaram-se anexos de mim.
E
a cada vez que alguém os leu
Desnudou-me,
e não me senti só.
Até
que me tranquei, e livre dos homens
Estabeleci
diálogos interiores, às vezes,
Ou
com palavras ditas ou gritadas,
Sem
testemunhos, interlocutores,
Críticos,
mediadores, palpiteiros de plantão.
Afirmei-me,
e me discordei ou confirmei.
Neguei
e fiz a réplica, ataquei com tréplica,
Pedi
aparte, complementei, discursei...
Até
que me tornei uno, um só,
Desfilando
a minha loucura nas tardes.
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