Senhor, permita que, afrontado
Eu
arranque do mais íntimo de mim
A
providencial covardia, a acomodação
Do
imune às ofensivas do mundo.
Humilhado,
me admita mesmo um nada
Em
permanente resignação acomodada.
Lacerado
na própria carne dolorida,
Que
eu encontre forças para perdoar.
Faz
de cada gemido meu oração contrita
Ao
meu algoz adormecido na violência.
Mas,
sobretudo, que eu não desanime
Diante
dos ingratos, e me curve a mim
Desanimado,
disposto às negativas.
Fazei
com que menos reconheçam
Mais
eu dê, empreste, me entregue.
Faz-me
de algodão para os leves
E
de aço para os duros, para que,
Semelhante
eu os possa suportar
E
me fazer inteligível e aceito.
Assim,
talvez que na hora derradeira
Eu
sorria o riso franco, certo de que
Fui
útil, ou tentei, à minha maneira.
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