O que há com a moça
Dos olhos
azuis
Se finge que não tem olhos
Finge que
não me vê?
Como numa diagramação louca,
Mistura promessas e renúncias,
Confundindo essência e acessório,
Sob sereno e severo controle.
Que me diria essa moça
Se livre dos preconceitos,
Despida dessa casca abstrata,
Tecida em dogmas e medos?
Tenho medo dessa moça.
Ela começa onde termino,
Criando-me incógnitas
Indecifráveis e segredos
Arquitetados em promessas.
Alheia à minha angústia,
Persiste, resoluta, na crença
De não ser de carne e osso
Mas só olhos e sonhos
Anunciando um infinito mar
Por onde
jamais navegarei
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