Tens
tudo o que não gosto:
Sabor
de pedra e queimadura,
Inatividade
de estátuas nuas,
Ausência
de critérios, sombras.
Tua
trama se tece longe,
Entre
traições
E
afagos alternados.
Nada
em ti lembra segurança:
Âncoras
sucedendo viagens,
Pouso
reparador na tarde,
Colo
de mãe, primaveras.
Arisca
e maleável, oleosa,
Escapas
à fixação de braços
E
às algemas de abraços,
Como
água morro abaixo.
Se
ao golpe de uma palavra
Mais
franca, em ti estala
A
dissimulação e o silêncio.
És
brisa que esconde temporal.
Aparentemente
frágil e vencida,
Te
ergues sempre na ausência,
E
na ausência te administras
Ave
de rapina no crepúsculo.
És
assim, novena ao contrário,
Dedos
nas contas de pecados,
Toda
boca soletrando miúda
A
conjugação do verbo trair.
Nenhum comentário:
Postar um comentário