Esse meu coração safado
amanheceu calado
sonhando coisas absurdas.
Impregnou-me com a indolência
dos acalantos vespertinos
em bocas de mães meninas
amamentando o espanto.
Contaminou-me de pecados
esquecidos e aspirações.
Deixou-me esse hálito luar
relembrando o antigamente
de mesmos hálitos
declinando canções de amor.
Desabou-se-me surpreendente
com todo o peso do perpétuo
se refazendo redenção
de voz humana ansiando
o carinho exato e necessário.
Desfez-se em fotos
mostrou-me mil rostos
absortos no artifício
de inspirar versos novos.
Na verdade, acho mesmo
é que amanheceu apaixonado.
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