A poesia está em todo lugar.
Jorra
entre pétalas no jardim
E
chora no olhar desfolhado
Da
criança que perambula
Corredores
desertos de mãos.
A
poesia não veste fantasia,
Mostra-se,
concreta e clara
Em
cada fresta do dia:
No
olhar baldio da moça
Que
gira a bolsa e a vida
Entre
moedas e orgasmos;
Nas
mãos de lixa e calos
Do
homem que cava a manhã
E
na corrida dos colegiais
Contaminados
de risos e gritos.
A
poesia está em todo lugar,
Mesmo
no discurso apologético
Do
político que lavra miséria
Em
cada palavra que pronuncia,
E
até na pá do papa-defuntos
Semeando
a eternidade no chão
Que
se edificará árvore ou muro.
Ao
poeta compete apartá-la
Do
comum e trivial, do vão
Estampado
na folha do jornal.
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