“Te recuerdo como eras em el
último otoño.”
(Pablo Neruda)
Havia
em ti um que de primavera
Como
orvalho sobre corolas rubras
Abrindo-se
para receber as manhãs.
Rara
flor posta entre flores
Sobressaías
pela forma
Única
e definitivamente bela
Para
regalo das estrelas
E
encanto dos pássaros.
Perto
de ti as almas dos homens
Instituíam
festas e criavam asas.
Como
nas canções de Neruda, eras
Abelha
amarela em dança nupcial.
Tinhas
o estranho dom
De
espargir luz
E
elaborar cascatas de sonhos
Quando
florescias
Numa
solidão oceânica
Sob
os céus de maio.
O
que fazer, então
Para
merecê-la, senão
Cultivar
estas palavras
E
oferecê-las, frugais
Como
o mar se oferece
Ao
náufrago e ao seu corpo
Entre
salsugem e maresia
Num
vórtice de paixão e medo?
Como,
tendo preconcebido
Este
delírio impreciso
Salvaguardar
do êxtase
A
minha integridade perdida?
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