Telúrico,
partilho partilhas.
Nenhum homem
é só,
Nenhum homem
está só.
Temos a
estranha particularidade
De não nos
bastarmos, porque poucos,
Quando nos
limites dos próprios corpos.
Como uma
teia que em si se laça
E em laços
em si se tece,
Estamos
definitivamente ligados.
Ainda que
não te permitas à devassa
Do meu corpo
te violando,
Violo-te de
maneira indireta,
E te habito:
minha voz te invade,
Meu olhar te
descobre e vasculha,
Permito-me
aos teus cheiros.
Mesmo os
átomos que agora,
Anônimos e
naturais inflam-me os pulmões,
logo estarão
fora, para habitar os teus,
Levando
minhas digitais junto.
Partilhamos
o sol, a lua, estrelas...
E nenhuma
flor se mostra a um só
Ou se
esconde em silêncio seletivo
Aquela velha
canção de amor.
Nada é teu,
nada é meu.
Somos
encontros e comunhões,
Fusões de
vontades e quereres,
Até que a
morte nos individualize.
Francisco
Costa.
Rio,
18/05/2013.
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