Lábios
púrpuras
Em
maçãs carmins
Oscila,
livre e leve
A
orquídea morena
Que
habita em mim.
Estranha
planta, esta
De
suaves pétalas
E
medo enorme
Solitária
na pedra
Perfumando
a solidão.
Perto,
enfeitiçou-me a magia
Das
plantas raras frutificando
Esperanças
e promessas, olhares.
Longe,
amarga-me a saudade
De
não tê-la colhido logo
Antes
que a primavera se fosse
E
se fizesse escuridão em mim.
Estranhos
os homens:
Contabilizam
flores
E
inventariam mulheres
Sem
nunca se darem conta
Da
impossibilidade da posse.
Colhidas,
as flores murcham.
Aprisionadas,
as mulheres
Perdem
viço e colorido
Morrem
de amargura e tédio.
Vai,
Cattleya do meu sonho.
Melhor
que seja outro a murchá-la.
A
mim, só cabe lastimar
A orquídea
que não colhi.
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