terça-feira, 21 de maio de 2013

DEUS


Logo após as fraldas, antes,
Bem antes do primeiro corpo nu
E das filosofias e sociologias,
Entre brinquedos e inocência
Apresentaram-me um homem.

Era magro, muito magro,
Quase nu esvaindo-se em sangue,
E olhar perdido longe, ausente,
Na imensidão do para sempre.

Deus! Disseram-me, Deus!

Mas como o Criador sucumbir,
Impotente e lategado, nas mãos
Das criaturas? Como morrer
Da morte por Ele mesmo criada?

Não, aquele não era Deus, senão
O maior de nós nos apontando
O Deus que insistimos em sepultar
No mais íntimo de cada um de nós.

Nenhum comentário:

Postar um comentário