Tenho dezenas, centenas,
Milhares de namoradas,
E a todas me dedico
De paixão sempre renovada.
E nesse leque de possibilidades
Onde minha felicidade se penhora,
Umas são meninas ainda, outras
Doces e altivas senhoras,
Todas muito lindas.
Algumas são solteiras,
Outras, viúvas ou desquitadas.
E que não nos ouçam os maridos,
Mas as tenho até casadas.
Umas são brancas: outras, negras.
Há morenas, ruivas, gordinhas,
Magras, altas, baixinhas...
As risonhas e até as mal-humoradas.
São Marias tantas
E tantas outras Marias
Que reconhecê-las de cor
Eu jamais saberia.
São Anas e Joanas;
Arletes, Sônias e Antonias;
Saletes, Cláudias, Elizabetes,
As Amandas, Elkes e Sedjas;
As Mônicas, Ivones e Patrícias:
Alciones,Elianes e Letícias,
Cleonices e Clarisses;
Sheilas, Leilas, Hildas e Zildas,
As Andréias e Nilciléias...
E até a família das Rosas:
Roselis, Rosilenes, Rosânias
E Rosângelas rosando
O meu rosto enamorado.
Amo-as a todas, e muito
E sempre, às vezes calmo
E lírico, às vezes afoito.
Por isso,
Amante fiel e permanente
Prometo encontrá-las diariamente
Sempre a partir das oito,
Que é o mesmo que dizer às vinte.
E impossibilitado de dizer
Eu te amo a cada uma,
Digo eu as amo a todas,
Minhas doces, generosas ouvintes.
*Poema lido num dia dos namorados,
pelo autor, no programa Love’s Light.
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