segunda-feira, 20 de maio de 2013

FLORES


A quanto tempo não me apaixono,
Não me supero e cresço, avanço
Invadindo limites de outro corpo.

É, faz bom tempo que não me apaixono,
Por isso as flores permanecem calmas,
Fora do alcance das minhas mãos.

Flores. Como me abstê-las,
Se foram feitas para o amor,
Para ornar os olhos úmidos
Das moças baldias e tontas,
Prontas para serem ocupadas
Por amor e flores, muitas flores

Espalhadas pelas salas e quartos,
Por toda a casa perfumada,
Debruada em formas e cores

Lembrando a minha presença
De floricultor em exercício
Semeando sonhos fanerógamos?

Flores, ah! As flores,
Essa linguagem muda
De caçar incautas
E submetê-las, amantes
Num imenso roseiral.

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