A quanto tempo não me apaixono,
Não me supero e cresço, avanço
Invadindo limites de outro corpo.
É, faz bom tempo que não me apaixono,
Por isso as flores permanecem calmas,
Fora do alcance das minhas mãos.
Flores. Como me abstê-las,
Se foram feitas para o amor,
Para ornar os olhos úmidos
Das moças baldias e tontas,
Prontas para serem ocupadas
Por amor e flores, muitas flores
Espalhadas pelas salas e quartos,
Por toda a casa perfumada,
Debruada em formas e cores
Lembrando a minha presença
De floricultor em exercício
Semeando sonhos fanerógamos?
Flores, ah! As flores,
Essa linguagem muda
De caçar incautas
E submetê-las, amantes
Num imenso roseiral.
Nenhum comentário:
Postar um comentário