Nunca fui único
porque sempre fui dois,
eu e a minha sombra,
de tal maneira íntimos
que apartado dela
só me senti parte,
um pedaço de mim.
Enquanto o meu corpo,
escravo da matéria,
prisioneiro do tempo,
cativo do espaço,
manteve-se sempre
nos estreitos limites
da forma determinada,
rebelde, a minha sombra
ora encolhia
ora se esticava,
às vezes difusa,
às vezes declarada e clara.
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