segunda-feira, 20 de maio de 2013

INOCÊNCIA


Minha empregada, uma franzina nordestina
Que passou ao largo das letras e demais inutilidades,
Chama os meus tubos de tintas de pomadinhas coloridas
E meus pincéis de vassourinhas.

Quando o meu livro saiu, perguntou-me
Como era ser poeta.
Foi como se um peixe me perguntasse
Como é viver na água.

Não lembro mais o que respondi
Mas deveria ter dito
Que é uma tentativa de ser igual a ela.

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