quarta-feira, 12 de junho de 2013

DOS FALSOS DEUSES DA GRANA

Perdão, amiga, quase amor.
Posto uma foto safada, em deboche
À quadrilha de pretensos religiosos,
Que transformaram uma seita
Na segunda multinacional brasileira
Em patrimônio e lucro,
E  a amiga se zanga, recusando-se
A considerar a questão, e discutir,
Em afirmação que não conhecemos
Os desígnios de Deus.

Mais pela amiga, que por Deus,
Pela seita ou seus prepostos,
Ricos, sem pagar impostos,
E com tudo registrado em Miami,
Para fugir da fiscalização brasileira
E dos processos judiciais
Movidos por incautos,
Vítimas que se deixaram levar,
Pensei muito antes de dormir.

Servir-se-ia Deus da fraude,
Do estelionato, do engano, do lucro,
Da mentira, do uso do próximo,
Das leis de mercado, da desonestidade,
Para propalar a Sua palavra?

Em assim sendo, perdão, amiga,
Mas este não é o meu Deus.
E a ser o Deus verdadeiro, como dizes,
O ateísmo seria atestado de honestidade.

Francisco Costa

Rio, 02/05/2013.

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