Eu só queria
mostrar uns poemas,
Mais nada.
Talvez colocar Chico na vitrola,
Ou Caetano,
e falar de poesia e poemas.
Chegou em
perfumes e olhares, extremosa
Em ser sensualidade
posta em minha sala,
Acordando
ímpetos, despertando desejos.
Logo não
havia versos porque desfeitos,
Desprovidos
da poesia que os animava,
Reduzidos a
letras sem sentido e justificativas,
Sobrenadando
no tapete, nas paredes, em tudo,
Tudo caos
estabelecido no mundo e em mim,
Mero
prolongamento do corpo dela anunciado.
Pouco afeito
a surpreendências porque tímido,
Propenso à
contenção e a espera, a ansiedade
Dardejando
já no mais íntimo, lacerando-me,
Esperei
iniciativas, como se, já dádiva estampada,
Não
estivesse na bandeja, em oferenda, refeição.
Logo, vestal
em véus, deusa em carne purgando,
Paradisíaca
visão que não se apagará mais, veio.
E a
eternidade reduziu-se a minuto,
E o infinito
limitou-se em uma cama.
Em séquitos
de cores, odores inauditos,
Lucilações
de brilhos chovendo em volta,
Vi-me
diferente e melhor, homem novo
Reedificado
dos meus próprios escombros.
Francisco
Costa
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