Se disser te
amo, minto.
Que estou
apaixonado, pior.
Ainda assim
te quero,
Direito e
avesso,
De pé ou
ponta cabeça,
Deitada, no
chão, na cama,
Ao sol, sob
estrelas,
Molhados de
chuva e tesão.
Quero-te
como querem água
Os chegados
de longas caminhadas,
Os que em si
trazem a sede dos desertos,
Com a fome
insaciável do náufrago à deriva,
Sal e
saudade nos lábios secos de esperas.
Quero-te
como se querem floradas
As ambições
da primavera, com a urgência
De amante
prestes a desatinos, assassinato
Do bom
senso, morte da paciência já morta,
Erigida
desejos, latejares, ânsia de corpos
Em comunhão
de delírios, partilhas
De sonoros
orgasmos feitos de quietude
E
realização, nos momentos de depois.
Quero-te
como se querem permanentes
Os de
presença efêmera, mero lampejo
De desejos
entre o eu não te conhecia
E o eu não
me lembro mais.
Quero-te uma
única vez, que seja,
Para matar o
que me mata.
Francisco
Costa
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