Teu olhar
Felina
prisão
Domínio,
rendição.
Perdão,
senhora. O Que dizer
Se não tens
mais ilusões de menina,
Sabes
exatamente das perdas, das lágrimas,
Dos adeuses
inventariados em dor,
Latejando
arrependimentos?
Como te abordar
se não em insegurança,
Sondando
olhares, atos falhos, gestos
Não
pretendidos anunciando-te pronta?
Como dizer
do meu desejo
Querendo-se
amor se em ti sobeja
A maturidade
que me intimida?
Como te dar
essas flores e esses versos,
Fazer a
corte, se pairas imune e distante,
Longe do meu
corpo, próximo
do meu
desespero? Como, senhora,
adivinhar o
que pretendes e esperas
se diante do
amor sou só esse menino
em rugas,
com o corpo da sua idade
e todas as
carências do mundo?
Acena,
senhora, e me reinauguro adulto.
Francisco
Costa
Rio,
04/05/2013.
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